23 de maio de 2010

Resultado de Inquérito sobre o Consumismo

Somos o grupo fac-[tu]-ras da turma B do 12º Ano, cujo tema de trabalho é “consumismo na comunidade escolar”. Achámos que é um assunto actual, relevante, abrangente, dinâmico e complexo, que merece maior atenção por parte da sociedade.
Para complementar o nosso trabalho, nós elaborámos um inquérito sobre o tema, pretendendo fornecer informações gerais sobre o consumismo tal como a faixa etária mais aderente, para no final do ano poder-mos responder á nossa questão-problema, passando também a publicar estas informações no panfleto previsto.
Os excessos de consumo provenientes dos elementos da comunidade escolar acontecem frequentemente, e isto deve-se à forte influência que o consumo exerce nela. Para apaziguar este excesso de consumo, os pais devem explicar aos filhos que é importante a personalidade do indivíduo e não aquilo que ele consome. A comunidade em estudo é bombardeada, todos os dias, com anúncios publicitários que lhe desperta o instinto de consumidor. Não é só a assistir à publicidade que se torna consumidora, é também com o contacto entre pessoas do seu grupo social.
Aqui está presente o resultado dos inquéritos, a sua interpretação e análise.
Em suma, com este inquérito pretendemos analisar os conhecimentos da população sobre o consumismo, avaliar as diferenças sobre o consumo em diferentes indivíduos com idades e sexos diferentes e analisar os hábitos de consumo dos indivíduos, isto através de perguntas maioritariamente de carácter fechado de modo a que as conclusões sejam mais obvias.

O grupo está a desenvolver o tema “Consumismo na comunidade escolar”, o que significa que a nossa população em estudo assim como a população alvo é a comunidade escolar. No entanto, iremos debruçarmo-nos sobre os alunos que frequentam o ensino desde o 7º ao 12º ano.
A realização deste inquérito tem como objectivo principal a recolha de dados para fazer algumas deduções ou, se possível, conclusões, sobre o consumo da nossa comunidade escolar; é também com este relatório que pretendemos (juntamente com outros estudos e pesquisas de outros autores) responder às seguintes questões que levantámos no primeiro período: Qual a faixa etária mais aderente ao consumismo? e Qual o tipo de produtos que cada faixa etária mais consome? Vamos também tentar perceber, através dos resultados dos questionários, se os alunos sabem o significado do termo “consumismo”; se têm noção dos seus gastos pessoais; se preocupam-se com a actual febre consumista; se acham que existe consumismo na nossa escola; se conhecem as causas ou consequências do consumismo e se já pensaram em reduzir o seu consumo.

A produção deste questionário era indispensável, visto que envolve uma comunidade (especifica neste caso), e como todas as comunidades, as suas tendências variam ao longo do tempo. Deste modo, e para não corrermos o risco que projectar/estudar dados desactualizados ou demasiado abrangentes, temos de desenvolver este questionário, de modo a obter resultados minimamente fidedignos e próximo da realidade que pretendemos estudar.

Os problemas principais são: saber qual a faixa etária, dentro da população em estudo, a que mais consome e conhecer qual o tipo de produtos/serviços que cada idade mais consome, isto tudo tendo em conta os conhecimentos dos inquiridos sobre o tema, assim como disparidades de respostas entre sexos e idades.
Apresentamos agora as nossas hipóteses:
● Os alunos sabem o que é o consumismo;
● Os alunos não têm noção do consumo que fazem;
● Os alunos não se preocupam com o consumismo nas sociedades;
● Os alunos não se consideram consumistas;
● Os alunos não usam as suas verbas para aplicarem aos estudos;
● Os alunos nunca pensaram se existe ou não consumismo na comunidade escolar;
● Os alunos têm noção das consequências do consumismo;
● Os alunos já pensaram em reduzir o consumo.
Uma das variáveis a que estamos severamente dependentes é a sinceridade individual que cada inquirido aplica; um outro factor de dependência é a disponibilidade, ou seja, não sabemos se vamos conseguir obter o número desejado de inquéritos respondidos.
A metodologia utilizada é simples. O grupo irá optar por perguntas directas que implicam apenas respostas do tipo fechado (para que as conclusões sejam mais evidentes) assim como algumas perguntas que implicam uma resposta aberta (com o principal interesse de comparar e de, se for necessário, complementar pesquisas já efectuadas).
A nossa escola tem cerca de 1450 alunos distribuídos por 6 escolaridades e turmas especiais; contudo, iremos apenas inquirir os alunos que preenchem as turmas que vão do 7º ao 12º ano. Isto significa que teremos de fazer cerca de 50 questionários a cada ano de escolaridade (7º, 8º, 9º, 10º, 11º e 12º ano), que por sua vez, implica que façamos 10 questionários por cada turma (no total de 5 turmas de cada ano), 5 a pessoas do sexo feminino e 5 a pessoas do sexo masculino de modo a ter uma amostra uniforme em numero pessoas do mesmo sexo. No total, iremos recolher 275 questionários.
A amostra que será mais representativa será, sem dúvida, a que corresponde aos alunos a partir do 10º ano, que é normalmente, quando os indivíduos começam a ganhar responsabilidades/liberdades financeiras.
Quanto ao tratamento estatístico, em primeiro lugar separámos os inquéritos respondidos em respondidos por pessoas do sexo masculino e pessoas do sexo feminino; depois, no caso da pergunta 1 (ver anexo), separámos entre perguntas certas e erradas; depois somámos os inquéritos que tinham a pergunta 1 certa e os que tinham a errada entre sexos; assim também procedemos com as restantes perguntas, mas dividindo-as em Sim, Não, Mais ou Menos e Nunca pensei nisso (quando era o caso), e contando, e posteriormente registando o valor. No caso da pergunta 5 (ver anexo), separámos por idades (dos 11 aos 12, dos 13 aos 14, dos 15 aos 16 e dos 17 aos 18) e por sexos (masculino e feminino), registando as opções que cada questionário marcava. No final, depois de todas as contas feitas, iremos representar os resultados em gráficos em torta.

O consumismo é, no fundo, a acção de consumir produtos e/ou serviços, indistintamente, sem a noção de que se podem tornar nocivos ou prejudiciais para a saúde ou para o ambiente.
A comunidade que vai ser inquirida é toda residente na Região Autónoma dos Açores, mais propriamente na Ilha Terceira. A escola em estudo tem cerca de 1400 alunos, em que a maioria pertence á classe média. Quanto à relação entre alunos é estável.
O sistema educativo da escola em estudo é funcional, apesar de algumas disparidades, a maioria dos alunos da Escola Secundaria Jerónimo Emiliano de Andrade possui notas médias ou superiores.
Esta escola mostra-se eficaz em relação aos seus métodos e agentes.



Interpretação dos resultados

Através da interpretação do gráfico de barras que corresponde á pergunta 1 – se o aluno sabes ou não definir o conceito de consumismo – concluímos que 54% dos inquiridos não sabem o significado do termo “consumismo”, o que significa que apenas 46% o sabe. Isto vai contra ao que inicialmente pensávamos: tomávamos por quase certo que pelo menos 60% dos inquiridos soubessem o significado do conceito apresentado, o que nos apela á necessidade de alertar e sensibilizar a comunidade escolar para a problemática do consumismo, sendo este um dos nossos objectivos propostos inicialmente.
Analisando o gráfico da segunda pergunta do questionário – pensa que consome mais do que deve? – a que demos quatros possibilidades de resposta: Sim, Não, Mais ou Menos e Nunca pensei nisso, notámos que 17% das respostas eram Sim; 31% eram de negação; 39% dos inquiridos responderam Mais ou Menos; 12% nunca pensou em reduzir o consumo e 1% das respostas foi nula. Daqui concluímos que a maioria dos inquiridos já reflectiu, de alguma forma, sobre o seu consumo; o que prova que existe uma certa percepção que tal é importante para uma vida socialmente equilibrada. Os resultados obtidos vão ao encontro daquilo que pensávamos, ou seja, a maioria dos alunos não têm noção do consumo que fazem.
Na pergunta 3 – preocupa-se com o actual e elevado consumo das sociedades? – demos, novamente, quatros possibilidades de resposta: Sim, Não, Mais ou Menos e Nunca pensei nisso. De todos os inquiridos: 27% responderam afirmativamente; 19% deram uma resposta negativa; 32% responderam Mais ou Menos; 20% nunca pensou nisso e 2% das respostas foram nulas. Daqui podemos referir que existe uma maior percentagem de pessoas que de alguma forma se debruçaram sobre o assunto e de algum modo estão preocupadas, o que não devia ser assim, todos deveriam estar preocupados o que significaria uma maior responsabilização pelo consumo de cada indivíduo. Os resultados desta questão não vão bem ao encontro daquilo que prevíamos, parto dos alunos preocupam-se com o consumismo das sociedades, ao contrario do que nós pensávamos.
Através da interpretação do gráfico da pergunta 4 – considera-se consumista? – à qual disponibilizámos quatro possibilidades de resposta: Sim, Não, Mais ou Menos e Nunca pensei nisso; notámos que 7% dos inquiridos afirmaram que sim; 39% negaram; 39% diz Mais ou Menos; 11% nunca pensou nisso e 4% das respostas foram nulas. Esta distribuição de resultados vai de acordo com o que pensamos inicialmente, ou seja, os alunos não se consideram consumistas. Estas respostas levam de novo à ideia de que os alunos não têm bem a noção do seu consumo.
Analisando a pergunta 5 que se baseava na distribuição de gastos pelos alunos em diversos campos, sendo eles: Vestuário e calçado; Maquilhagem / Perfumes; Alimentação; Livros/Revistas/Jornais; Peças de colecção; Acessórios de moda (exemplo: pulseiras, relógios, malas, etc.); Música (incluindo CD, acessórios de instrumentos e de produção musical); Tecnologia (exemplo: acessórios de informática); Jogos (exemplo: de PC, de Wii, etc.); Lazer (exemplo: viagens, festas, cinema, etc.); Decoração; Desporto e exercício; Veículos (exemplo: peças para o carro); Sustentar o(s) Vicio(s) (exemplo: tabaco); Transportes; Estudos e Outros; e separando as respostas dos inquiridos masculinos e femininos, obtivemos, nos masculinos que os indivíduos entre os 15 e os 16 anos eram mais consumidores que os restantes, gastando grande parte do seu dinheiro em alimentação, vestuário/calçado e jogos. No que toca aos resultados femininos, reportamos que as raparigas, à semelhança dos rapazes, entre os 15 e os 16 anos são mais consumidoras que as das restantes idades, usando as suas verbas no em vestuário/calçado, alimentação e telecomunicações. Estas respostas não vão de encontro àquilo que pensávamos, ou seja, os alunos gastam verbas nos estudos, e é importante salientar que é uma das coisas em que se gasta mais dinheiro entre os 15 e os 16 anos como é possível ver através das respostas que nos deram.
Quanto à pergunta 6 – tem noção que o consumismo tem consequências? – à qual demos, igualmente, quatro possibilidades de resposta: Sim, Não, Mais ou Menos e Nunca pensei nisso; reparámos que 36% dos inquiridos responderam Sim; 12% que não; 36% Mais ou Menos e 16% nunca pensou nisso. O que não vai ao encontro daquilo que pensávamos certo, que era: os alunos não sabem que o consumismo trás consequências, pois 72% dos inquiridos já pensou, de alguma forma nisso, o que revela alguma preocupação pessoal.
Finalmente, a pergunta 7 – já pensou em reduzir o seu consumo? – a que havia três possibilidades de resposta: Sim, Não e Mais ou Menos. As repostas foram: 25% positivas; 53% de negação e 22% de Mais ou Menos. O que não vai nada ao encontro do que pensávamos: deduzimos que os alunos já tinham pensado em reduzir o seu consumo, o que aparentemente não acontece, visto que mais de 50% dos inquiridos afirma nunca ter pensado em reduzir o consumo.



Conclusões

A partir dos resultados obtidos podemos dizer que mais de metade doa alunos não sabem o que é o consumismo; que a maioria dos inquiridos já reflectiu, de alguma forma, sobre o seu consumo; que existe uma maior percentagem de pessoas que de alguma forma se debruçaram sobre o assunto e de algum modo estão preocupadas; que os alunos não têm bem a noção do seu consumo; que os alunos gastam parte das suas verbas nos estudos; que parte dos inquiridos têm noção das consequências do consumismo e que mais de metade dos inquiridos nunca pensou em reduzir o seu consumo.

Estas conclusões apela-nos, sem duvida, ao cumprimentos de um dos nossos objectivos, o de alertar e sensibilizar a comunidade escolar para a problemática do consumismo.



Recomendações e/ou sugestões

São necessários conhecimentos de Estatística e de Informática para uma análise de dados desta envergadura.

Na opinião do grupo, deve-se limitar o número de respostas possíveis quando estas são fechadas mas de modo que sejam bastante abrangentes, assim, evita-se que os resultados sejam dispersos e que seja difícil interpretar uma conclusão.

Sem comentários:

Enviar um comentário